Introdução: O Programa de Internação Domiciliar Multidisciplinar (PIDI) do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HE-UFPel/EBSERH) tem incorporado em seu processo de trabalho os Cuidados Paliativos (CP), por meio dos quais busca-se abordar os aspectos clínicos, emocionais, sociais e espirituais de pessoas com doença oncológica avançada e seu entorno familiar. O serviço é considerado referência tanto para profissionais quanto para acadêmicos da área da saúde. Objetivo: Relatar as experiências vivenciadas durante o estágio, refletindo sobre os desafios e os aprendizados adquiridos na prática de cuidados paliativos em ambiente domiciliar. Materiais e métodos: Relato de experiência a partir do estágio final obrigatório da graduação de uma acadêmica de Enfermagem, realizado no PIDI equipe III, vinculado a Unidade de Atenção Domiciliar e dos Cuidados Paliativos (UADCP) do HE-UFPel/EBSERH. O estágio iniciou no dia 20 de maio de 2024 e perdura até o momento atual, sendo 600 horas a carga horária total. Resultados: As expectativas da acadêmica frente ao cenário eram altas, tanto pela especificidade da atuação no domicílio quanto pelo fato de que acompanhar pessoas com doença que não responde ao tratamento modificador, sobretudo em final de vida, não é comum durante a graduação. Dentre as oportunidades, destaca-se a vivência real do trabalho interdisciplinar, identificada pela troca de conhecimentos, discussão dos casos e escuta ativa de todos os membros da equipe. Quanto aos cuidados às pessoas adoecidas, percebi a importância do cuidado domiciliar em CP, que prima pelo conforto e a qualidade de vida da pessoa e da sua família. Muitos deles escolhem e preferem morrer em casa, valorizando sua autonomia e evitando internações desnecessárias. A atenção personalizada e a possibilidade de manter o paciente em um espaço familiar reforçaram a compreensão da necessidade de um atendimento humanizado e centrado no indivíduo. Conclusões: O estágio no PIDI modificou a trajetória acadêmica e pessoal, representando um passo importante na reta final da formação. O contato, via supervisão, com uma enfermeira especialista em cuidados paliativos inspirou e viabilizou o desenvolvimento de competências e habilidades junto a pacientes e da sua rede de apoio de forma integral, empática e humanizada. Especialmente em um campo de atuação que exige sensibilidade, conhecimento técnico e uma abordagem holística.
Comissão Organizadora
Simone da Fonseca Sanghi
Renata Cunha da Silva
JULIETA CARRICONDE FRIPP
Comissão Científica